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Arquitetos: Tiago Sousa
- Área: 150 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Ivo Tavares Studio
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um projeto de reabilitação é sempre um jogo de conflito entre a memória das experiências com a contemporaneidade do uso ou intenção. É neste jogo entre passado e presente, de memoria e atualidade que o projeto se desenvolve, de forma rígida, estereotómica e aspeto rude. O volume existente apresenta uma geometria particular, uma geometria que se destaca e afasta da típica casa minhota.
É notoriamente uma moradia que brinda e valoriza o largo em que se implanta. Nesta admirável existência, projetamos um novo volume, contemporâneo, onde se pretende uma evidente intenção de provocar ao observador uma dualidade contraditória de sentimentos. É um claro jogo de equilíbrio e tensão entre a forma existente e a forma proposta.
A cor, a materialização da forma ou a sua posição relativamente ao existente provocam uma propositada distinção entre o “velho e o novo”. O uso pretendido é habitacional. O programa desenvolve-se em dois pisos, espaços sociais no piso à cota inferior, dois quartos e instalação sanitária no piso superior.
No piso inferior, cozinha, zona de jantar e sala de estar organizam-se de norte para sul respetivamente. O espaço amplo é organizado por um volume (arrumo) que “protege” a zona o balcão da cozinha e de trabalho, e pelas escadas centrais de acesso ao piso superior. Este elemento apresenta-se como um elemento ornamental, dotado de um desenho fluido e curvilíneo. É uma peça escultórica em betão e madeira que delimita o espaço de jantar do espaço de estar. É o ornamento do espaço social. O piso superior divide-se em dois quartos e uma instalação sanitária. Um no alçado norte e outro a sul. São quartos simétricos, de dimensões iguais, onde se respeita a simetria constante da planta.
Todos estes espaços, quartos, instalação sanitária e arrumo, são encerrados e independentes. Por esta razão e pela intenção de não sobrecarregar os alçados interiores, revestimos com ripado de madeira maciça – sapelly – parte das paredes e portas de forma a criar um revestimento constante e sem interrupções. É no pormenor de um friso ao longo de todo o ripado, dos puxadores encastrados no ripado, e das tampas de quadros, que não é percetível a existência de abertura.
Sem qualquer ampliação na implantação o programa organiza-se nos limites existentes e com base na relação do interior com o exterior. O espaço de estar relaciona-se com o exterior através de um plano de vidro progredido por outro elemento horizontal de betão que controla a intensidade da luz natural. É importante interpretar o lugar para projetar e organizar o objeto.